28/02/11
Camadas jovens já podem jogar em casa!
A Academia Dolce Vita, casa-forte dos "estudantes", já pode receber as partidas dos campeonatos nacionais onde participam as formações dos juniores, juvenis e iniciados da Briosa.
A Federação Portuguesa de Futebol e a Associação de Futebol de Coimbra homologaram um dos campos sintéticos da Academia da Briosa que tem assim todas as condições para receber, no imediato, jogos dos campeonatos nacionais do futebol jovem.
A provar isso mesmo está o facto de os juvenis da Briosa, que disputam neste momento a segunda fase do Campeonato Nacional de Juniores B, receberem no próximo domingo, pelas 11:00, o Feirense em jogo que será disputado na Academia Dolce Vita.
Excertos retirados do site oficial da Briosa.
* Partilho da satisfação de Camilo Fernandes. É de facto uma excelente notícia e acredito que terá reflexos positivos já a breve trecho nos resultados das nossas camadas jovens.
26/02/11
VSC 0 - 2 AAC: análise ao jogo e classificação dos intervenientes
A Briosa quebrou ontem à noite em Guimarães a série negra de oito jogos sem vencer a contar para o Campeonato (o último triunfo acontecera a 26 de Novembro de 2010, frente ao outro “Vitória”, em Setúbal). Com 6 derrotas e 2 empates nesses últimos 8 jogos na Liga ZON Sagres, ninguém apostaria num resultado tão saboroso, em casa do actual 4º classificado.
O cepticismo tinha razão de ser: o “assassínio táctico” de tudo o que de bom a equipa havia assimilado desde o início da temporada, perpetrado pelo antigo “treinador”, José Guilherme, aliado aos inerentes péssimos resultados desportivos, haviam acabado com a moral dos jogadores e com o futebol da preta. Além disso, o novo treinador, Ulisses Morais, havia orientado apenas dois treinos, o que seria sempre insuficiente para alterar o rumo dos acontecimentos. A soma de todas estas premissas levava a um resultado “lógico”: a derrota...
Mas ontem não foi assim.
Para grande alegria da Nação Academista, a “chicotada” conseguiu mesmo dar o tão falado “clique” à equipa. O tanatismo amorfo evidenciado pelos jogadores em embates recentes - antítese do brio personificado na garra, na vontade, e no esforço que caracterizam esta equipa há mais de um século - deu lugar à luta, aos dentes cerrados e aos punhos em riste. Desde cedo no jogo se via no semblante dos nossos a determinação e o querer de quem não está disposto a deitar a toalha ao chão e a aceitar mais uma derrota. E vencemos mesmo: 0-2!
Não serei pretensioso ao ponto de dizer que fomos melhores que o adversário, ou que fizemos um grande jogo, mas creio que merecemos este desfecho pelos quilómetros que corremos, pelo suor que deixámos nas camisolas e pele que deixámos em campo. E pronto, conseguimos os 3 pontos de que já necessitávamos “como de pão para a boca” e, mais que tudo, voltámos a ter uma equipa unida, imbuída de espírito de grupo (foi linda, aquela imagem no fim do jogo, com treinador e jogadores abraçados, festejando JUNTOS o triunfo COLECTIVO – aprenda, Professor José Guilherme!).
Acrescento ainda um dado importante: esta vitória também pode servir para mostrar aos nossos que é possível chegarmos ao Jamor... O adversário que hoje vencemos “fora” por 2-0 é o mesmo que teremos de vencer pela mesma margem para conseguirmos chegar ao “Sonho”.
Por isso, como diria Mourinho, “esta vitória vale [pode valer...] 4 pontos”...
Numa consideração final, farei minhas as palavras de Sir Alf Ramsey: “Uma vitória não faz uma equipa!”. É preciso continuar a trabalhar com humildade, espírito de missão e muito brio...
O treinador e a arrumação táctica
Ponto prévio: Ulisses Morais orientou apenas dois treinos antes deste jogo, pelo que há uma parte da vitória que não é só “dele” (aliás, o próprio teve o bonito gesto de agradecer aos seus predecessores o trabalho que desenvolveram na equipa – embora, na minha opinião, apenas Jorge Costa tenha contribuido com algo para a vitória de ontem, e já explicarei porquê...), além disso, São Peiser tem muita “culpa” no resultado.
Ao contrário do seu antecessor, Ulisses Morais teve o discernimento de saber “ler” o plantel: como já aqui disse no “reinado experimental” de J. Guilherme, não é preciso ter um curso superior para perceber que não é a meio da época que se altera a formatação dos jogadores e da equipa... Outro mérito do nosso actual treinador foi “não inventar”: nem no sistema táctico, nem nas posições dos jogadores, mas já lá vamos.
Ulisses Morais “arrumou” a equipa no seu tradicional 4x3x3, trabalhado de alguns anos para cá, com duas honrosas excepções (R. Gonçalves e J. Guilherme). Este esquema-base, já utilizado esta época por Jorge Costa com bons resultados, trouxe boas reminiscências uma vez que a transição ofensiva é muito semelhante à que vimos no início da época: em vez de fazer circular a bola na primeira fase de construção, ressuscitou-se o contra-ataque rápido, optando-se por colocar a bola logo que possível nas alas ou nas costas da defesa contrária. O jogo ofensivo torna-se, desta forma, mais rápido, mais largo, mais fluido e muito mais objectivo. Resultado: conseguimos isolar os nossos atacantes pelo menos em 4 ocasiões, duas das quais resultaram em golo. Igualzinho ao que vínhamos fazendo com J. Costa...
Defensivamente, a equipa apresentou ligeiríssimas alterações, mormente na configuração do meio-campo: os três elementos jogam agora mais juntos, assegurando maior índice de recuperação de bolas. Ainda assim, quer-me parecer que os alas adversários acabam por conseguir muito espaço para organizarem o seu jogo, uma vez que reduzir tanto o espaço no centro do terreno só dará frutos quando os nossos alas ajudem a fechar os corredores. E isso pode vir a ser problemático uma vez que nem D. Valente nem Sougou têm essa apetência... Mas ontem correu bem... De resto, o 4x1x4x1 com que a equipa jogava no final foi muito bem ensaiado dadas as vicissitudes do jogo e o desgaste natural dos jogadores.
Além disso, as próprias substituições foram feitas em sintonia com as exigências do jogo e do resultado.
Por fim, deixo umas notas do jogo de ontem para J. Guilherme:
- é possível defender um resultado sem colocar o trinco dentro da área, como terceiro central;
- mudar o ADN da equipa a meio da época não tem nada de sensato;
- Sow é trinco (mais-ou-menos...) e não central;
- D. Valente é um ala e não um 10;
- Luiz Nunes não é assim tão mau;
- e é possível alcançar um outro resultado para além das derrotas e empates.
Numa apreciação global, temos de considerar de muito positiva a entrada de Ulisses no comando técnico da equipa (eu, pelo menos, fiquei bastante surpreendido). Vejamos como se porta daqui em diante. NOTA 4
Árbitro
Muito contra aquilo a que estamos habituados por estas bandas, teremos de admitir que Hugo Pacheco fez um bom trabalho. Não se deixou intimidar pelas bancadas nem pela pressão exercida pelo banco do VSC. Nas duas situações mais problemáticas parece ter estado bem: apesar das dúvidas que me suscitou o lance de Sougou aos 20’, parece ter havido mesmo fora-de-jogo; também esteve bem ao não assinalar penálti na queda de João Alves aos 40’ (faltou foi o cartão amarelo por simulação). De resto, e ao contrário do que possam dizer os adversários, não permitiu anti-jogo uma vez que não demorou a sancionar quer Peiser, quer Addy por perdas de tempo na reposição de bolas em jogo. Por outro lado, uma ou outra falta mal assinalada e um canto mal marcado a favor do VSC. Numa apreciação global, creio ter feito um bom trabalho (oxalá tivéssemos muitos destes!). NOTA 4
Os jogadores, um a um
São Peiser: Faltam-me adjectivos. Fabuloso, maravilhoso, fantástico, extraordinário, estupendo, assombroso. Absolutamente decisivo, merece, mais uma vez o título de “Melhor em Campo”. Defesas importantíssimas aos 9’ (espectacular!), 10’, 18’, 48’, 51’ (brutal!), 72’, 73’ e 77’ (impressionante!)... A própria enumeração cansa... Continuo a dizer: RENOVEM-LHE JÁ O CONTRATO!!! NOTA 4,5
Pedrinho: Continua a crescer à medida que a intranquilidade diminui. Ficou na retina um corte aos pés de João Ribeiro à passagem da meia-hora. De resto, muito mais concentrado do que aquilo a que nos habituou, raramente concedeu grandes espaços no seu flanco. Praticamente não se viu nas manobras ofensivas. NOTA 3
Luiz Nunes: O esquecimento a que costuma ser votado é uma incógnita enorme para mim. É inegável que tem peso a mais e velocidade a menos, mas é impecável no jogo aéreo, apresenta óptimos níveis de concentração e não inventa. Apesar de ter sido ultrapassado por Edgar em pelo menos duas ocasiões, ajudou Peiser a salvar um golo feito aos 73’. Muito certinho. NOTA 3
Berger: É um dos jogadores que mais admiro no nosso plantel. Parece que não sabe jogar mal: notável a frieza que demonstra nos cortes rente ao chão (Edgar e Douglas que o digam) e excelente a posicionar-se na área. Contribuição muito importante para a solidez defensiva da equipa. Bom jogo. NOTA 3,5
Pedro Costa: Não é Hélder Cabral, mas ontem não comprometeu. Esteve bem a vigiar as subidas de Alex e não se atemorizou com os devaneios de Toscano. Ainda assim, está ligado ao lance mais perigoso do adversário quando deixou fugir João Paulo, que rematou à trave aos 45’. Também não atacou e acabou por sair lesionado ao intervalo. NOTA 2,5
Adrien: Colocado mais atrás (na sua posição...), sentiu-se “como peixe na água”, roubando imensas bolas e parando um sem-número de ataque do VSC. Para além disso, foi importantíssimo nas saídas rápidas para o contra-ataque, demonstrando discernimento ao isolar primeiro Diogo Valente e, mais tarde, Éder, no lance do golo. Um dos melhores. NOTA 3,5
Diogo Gomes: Foi incansável: lutou no meio-campo até aos limites das suas forças e demonstrou bom entrosamento com os seus colegas de sector. Foi ainda muito importante quer a segurar a bola, quer a lançar contra-ataques. Grande pontapé para grande defesa de Nilson aos 36’. Saiu esgotado aos 70’, após ter recebido um cartão amarelo. Merece mais oportunidades. NOTA 3
Hugo Morais: Talvez o menos vistoso do meio-campo por as vicissitudes do jogo o obrigarem, amiúde, a recuar para ajudar Adrien. Durante grande parte do tempo foi quase um segundo pivô defensivo e lutou imenso, apesar de nem sempre com discernimento. Pede-se-lhe mais rapidez a soltar a bola. Esforçado. NOTA 2,5
Sougou: Após alguns jogos mal conseguidos, parece ter recuperado a confiança. Muito veloz e acutilante, manteve Bruno Teles em sentido durante todo o jogo. Podia ter feito melhor aos 8’ quando chegou atrasado ao passe para golo de Diogo Valente, e ainda aos 30’ e aos 62’, lances em que lhe faltou calma. De resto, é dele o desenho do contra-ataque perfeito que resulta no golo de Laionel. Muito bem. NOTA 3,5
Diogo Valente: Deu imenso trabalho a Alex e João Pedro no flanco esquerdo. Aos 8’ centrou “com régua e esquadro” para Sougou falhar à boca da baliza e marcou bem o livre que resultou no golo anulado ao mesmo jogador aos 21’. Aos 48’, isolado frente a Nilson devia ter feito bem melhor, atirando às malhas laterais e aos 64’ mediu mal o “chapéu a Nilson”. Saiu aos 75’ quando já acusava algum cansaço. Importante. NOTA 3
Éder: Bela exibição do ponta-de-lança da Briosa a mostrar que, neste momento, é o dono do lugar. Mais do que o golo à ponta-de-lança que marcou (desmarcou-se, correu até à baliza e desfeiteou Nilson com frieza e classe), foi ainda importantíssimo a ganhar bolas no meio-campo adversário e a fixar os centrais. Boa jogada para Sougou desperdiçar aos 68’ e desperdiçou, ele próprio, uma boa jogada aos 83’. Grande exibição. NOTA 3,5
Addy: Entrou ao intervalo para substituir o lesionado Pedro Costa. Não se notou muito a diferença, o que é bom sinal. Teve uma ou duas hesitações na saída para o ataque que resultaram em perdas de bola, mas nada de grave. NOTA 2,5
Pape Sow: Entrou ao minuto 70’ para dar consistência ao meio-campo. Ajudou a preencher essa zona do terreno. Útil. NOTA 2,5
Laionel: Entrou “com a corda toda” aos 75’ para substituir Diogo Valente. Em 15’ em campo conseguiu criar uma jogada para Éder falhar aos 83’ e “matar” o jogo com um “chapéu” soberbo a Nilson. Decisivo. NOTA 3
E pronto, com 24 horas de atraso (porque o tempo não chega para tudo), aqui fica a minha apreciação desta grande vitória da nossa Briosa. Oxalá voltemos a festejar já na sexta-feira. Lá estarei!
Saudações Académicas,
Pedro Monteiro Almeida
Vitória da União
24/02/11
Altos e Baixos

* Poderia acrescentar mais baixos, assim sei lá, como a convocatória do Habib, mas também não quero entrar a matar..
* Com o Pedrinho que se renove. Miguel Fidalgo, não há dúvidas.
23/02/11
A "odisseia" de Ulisses: os grandes desafios

Esta escolha, longe de ser popular entre os sócios e simpatizantes do nosso clube, tem o cunho pessoal do nosso presidente, apreciador confesso das competências do experiente treinador. Do risco (pessoalmente) assumido por JES e da democraticidade (ou falta dela...) ínsita ao processo negocial, já aqui deixámos expostas as nossas opiniões nos textos do "TF" e do "mitic0", com as quais, aliás, concordo em absoluto.
Com as reservas explícitas naqueles textos, também eu não vejo motivos para uma condenação sumária do "nosso" treinador. Assim, para que fique claro desde já, não pactuo com atitudes radicais de repúdio (que, evidentemente, respeito, em nome do livre arbítrio) dirigidas ao treinador, ao presidente, ou à nossa secular Instituição.
Não visto, portanto, a pele de "Poseidon", colocando-me, desde já, à espreita da primeira oportunidade para atacar Ulisses... Porquê? Muito fácil: apesar de esta não ser a minha (a nossa...) escolha, certo é que este é o homem encarregue da condução de uma equipa que, nesta fase da época (e apesar de dois meses inteirinhos a andar para trás), ainda tem tudo a ganhar ou tudo a perder... Assim, gostando ou não, este é o treinador dos que jogam com o losango ao peito, pelo que, como seguidor da Briosa, só me resta dar-lhe o apoio de que necessita para desenvolver o seu trabalho com a alegria, tranquilidade e dignidade que merece. São as cartas que temos e é com elas que temos de jogar.
A avaliação virá depois... Com as opções, as exibições e os resultados. E aí, cá estaremos (tal como os sócios da Briosa nas próximas eleições)...
Concluído este "ponto prévio", dedicarei agora umas linhas aos desafios que o nosso treinador terá pela frente e às nossas expectativas, enquanto adeptos, em relação aos mesmos.
Não é segredo para ninguém que o futebol da nossa Académica já viveu dias mais tranquilos. O auspicioso início de campeonato deu lugar à intranquilidade: uma equipa de futebol largo, intenso e alegre deu lugar a uma equipa de futebol tristonho, atabalhoado e sem chama (situação que se agravou sobremaneira no "reinado" experimental de José Guilherme).
A manutenção que estava quase garantida ficou comprometida e, neste momento, os 20 pontos de que dispomos colocam-nos num humilhante 13º lugar, a uns escassos 6 da linha-de-água.
Mas nem tudo são desgraças: enquanto se arrastava no campeonato, a equipa conseguiu o apuramento para as meias-finais da Taça de Portugal (embora se encontre já em desvantagem por conta da derrota por 1-0 no terreno do seu oponente).
Conhecida a situação, o que podemos esperar do nosso treinador e da sua (nossa) equipa?
Estes são os jogos que ainda temos pela frente nesta temporada de 2010/2011:
04/03/2011 - Liga Zon Sagres (J 22): Académica - U. Leiria
13/03/2011 - Liga Zon Sagres (J 23): Nacional - Académica
20/03/2011 - Liga Zon Sagres (J 24): FC Porto - Académica
03/04/2011 - Liga Zon Sagres (J 25): Académica - Portimonense
10/04/2011 - Liga Zon Sagres (J 26): Sporting - Académica
17/04/2011 - Liga Zon Sagres (J 27): Académica - V. Setúbal
20/04/2011 - Taça de Portugal (2ªMMf): Académica - V. Guimarães
01/05/2011 - Liga Zon Sagres (J28): Marítimo - Académica
08/05/2011 - Liga Zon Sagres (J29): Académica - Sp. Braga
15/05/2011 - Liga zon Sagres (J 30): P. Ferreira - Académica
Conhecido o calendário, ressalta a percepção das dificuldades que esperam o treinador e a equipa. Seja como for, o objectivo prioritário terá de passar pelo alcance da manutenção o mais rapidamente possível (e aqui, até se pode dizer que este treinador já tem algumas provas dadas - a propósito, veja-se o seu currículo no excelente trabalho dos nossos "vizinhos" do blogue "Académica Sempre").
Para além disso, os adeptos esperam ainda que a equipa faça um bom jogo na 2ª Mão da Taça de Portugal, deixando tudo em campo para atingir a Final do Jamor (este objectivo, para além de ter a potencialidade de nos assegurar um lugar na história, garantir-nos-ia, desde já, a presença nas competições europeias da próxima época).
Assim, estou em crer que a manutenção e a presença no Jamor bastariam para que mesmo o adepto mais céptico qualificasse de bom o trabalho de Ulisses (a Taça não se pode exigir, mas se a conseguisse...).
O débil estado psicológico da equipa, fruto das exibições sofríveis, dos maus resultados e da crescente contestação dos adeptos, obrigará Ulisses a um intenso trabalho na psique dos jogadores. Creio que a recuperação psicológica da equipa é, neste momento, uma tarefa crucial para o seu desempenho nas próximas partidas: só uma equipa calma, tranquila, com a noção do seu papel nos diversos momentos do jogo, será capaz de colocar em campo um futebol solto, dinâmico e eficaz (em suma, a antítese das actualmente recorrentes falhas de concentração, intranquilidades, agressividade excessiva e descontrolo emocional).
III. O aspecto técnico-táctico
Para mim, esta é, talvez, a maior incógnita do trabalho do nosso treinador. Do pouco que me recordo das suas equipas, creio que passaremos a alinhar com um meio-campo preparado com um sistema de duplo-pivô defensivo (pelo menos, creio que foi assim no Paços - com F. Anunciação e P.Sousa - e na Naval - com Hauw e Godeméche - ou Baradji?).
Como já aqui deixei escrito em várias ocasiões, não existem, à partida, bons e maus esquemas tácticos: ao "desenho" sobrepor-se-ão sempre os movimentos dos jogadores, as suas características e o seu comportamento nas diferentes "fases" do jogo. Assim, não me assusta, à partida, a opção por um estilo de jogo mais curto e retraído (desde que, na fase ofensiva, a equipa se consiga "esticar" e "alargar" com a fluidez e objectividade requeridas por um contra-ataque bem desenhado). Neste ponto, temos mesmo de esperar para ver...
Contudo, na minha opinião, a grande empreitada de Ulisses será devolver à equipa uma identidade, um sentido de jogo: as rudes "mexidas" de JG retiraram-lhe a sua alma, a sua intensidade, a sua objectividade. Cada jogador precisa de saber exactamente qual a sua posição em campo e, sobretudo, de saber o seu papel em cada fase do jogo (neste momento, pelo que temos visto, para além de Peiser, não me parece que algum jogador tenha a adequada noção da sua posição em campo...).
Esta sim, será uma verdadeira "odisseia", atendendo às vicissitudes que condicionam tal tarefa (o escasso hiato temporal para preparar a equipa e a situação pontual - agora muito pouco tranquila).
Se lograr atingir aquele objectivo, Ulisses estará mais próximo conseguir o que lhe é pedido pelos adeptos e pela Direcção.
IV. Confiança dos adeptos
Outro dos grandes desafios de Ulisses será o de conquistar uma massa adepta que, como sabemos, não confia muito nas suas capacidades.
Do que tenho lido por aí, mesmo antes de iniciar o seu trabalho, Ulisses já é muito contestado por um largo número de adeptos (alguns ameaçam, até, com atitudes bastante radicais!). Por mim, também não considero que esta fosse a melhor escolha para dirigir os destinos da equipa, de qualquer forma, como disse, estou entre os que estão determinados a conceder-lhe o benefício da dúvida e a proporcionar-lhe as condições adequadas para que desenvolva o seu trabalho com a calma de que necessita.
Além disso, a melhor forma de responder ao cepticismo é com profissionalismo, empenho, trabalho e, sobretudo, com resultados... É isso que lhe pedimos.
V. Preparação do futuro da equipa
Para além dos objectivos imediatos, nesta fase da época também é importante começar a pensar no futuro da equipa. Questões como a renovação de contratos dos jogadores importantes do plantel; a contratação - a "custo 0" - de jogadores de outras equipas em final de contrato; e, sobretudo, a potenciação dos jovens do clube que poderão vir a ser importantes no clube; são pontos essenciais da gestão de uma equipa de futebol que nenhum treinador deve descurar.
Nesse sentido, caberá a UM a adequada avaliação do plantel e das suas carências (imediatas e futuras) , bem como um aturado estudo das oportunidades de mercado que entretanto surjam. A somar a isto, num clube como o nosso, exige-se uma supervisão consciente dos nossos recursos próprios: os jovens da academia.
Ao que sabemos, o nosso treinador trouxe consigo um especialista em scouting... Aguardemos...
Enumerados desta forma os desafios que esperam Ulisses nesta "odisseia", resta desejar-lhe muita sorte, bom trabalho e muita inspiração (bem precisa!).
Força rapazes, força Ulisses!
Saudações Académicas,
Pedro Monteiro Almeida
P.S.: A propósito de "odisseia", deixo a Ulisses Morais um conselho do grande Homero:
"A marca da sabedoria é ler correctamente o presente e marchar de acordo com a ocasião."
Poucas certezas

22/02/11
Os equívocos do Sr. Eng.º José Eduardo Simões
Ulisses Morais??

21/02/11
O nosso próximo treinador

Este "período sucessório", qual "silly season", costuma ser fértil em especulações: umas "encomendadas" pelos agentes dos treinadores que engrossam a nossa "bolsa de treinadores" (expressão utilizada para designar aquele conjunto de treinadores que nunca demonstraram nada , mas que, não obstante, costumam ser "apontados" a equipas da 1ª e 2ª Ligas); outras avançadas pela imprensa "desportiva", em puro exercício de adivinhação, na ânsia de encherem as poucas linhas que dedicam ao nosso clube; e, outras ainda, avançadas pelos nossos adeptos.
Creio que só as últimas acrescentam algo à discussão. Estas são lançadas por gente que se preocupa com os destinos do clube, gente que avança nomes como objectivo de "dizer" à nossa Direcção, o que acham ser melhor para o clube neste período conturbado. A opinião dos adeptos deve funcionar como uma espécie de "barómetro" para os detentores do poder decisório: não sendo decisiva, ilustra as tendências gerais do grupo que depois apoiará (ou não...) o treinador escolhido. Assim, da opinião dos adeptos - que se pode encontrar, por exemplo, nos blogues afectos ao clube - pode retirar-se, no mínimo, um conjunto de nomes, mais ou menos viáveis, de entre os quais a Direcção pode (eventualmente, claro...) escolher o próximo treinador. Note-se que não estou a dizer que esta deva ser a forma de eleger um treinador, mas apenas de que se pode ter em consideração a opinião dos adeptos.
Seja como for, deixo-vos uma "lista" de nomes que, nas últimas 24 horas foram associados à nossa Briosa por algum daqueles três meios:
- Augusto Inácio - está sem contrato desde que abandonou o Leixões; tem sido apontado por alguns jornais como um dos preferidos de JES para o cargo; é um nome que também recolhe algumas simpatias dentro da nossa massa adepta;
- Ulisses Morais - também está sem contrato e tem sido apontado (ou "oferecido"?) ao clube por diversas fontes (na minha opinião, este é um dos que compõem a tal "bolsa"...); ao que parece, também tem a simpatia de JES; porém, não é desejado pela grande maioria dos nossos adeptos;
- Carlos Carvalhal - era o treinador preferido pela maioria dos adeptos e da Direcção para suceder a JC, no entanto, ao que se sabe, rejeitou o cargo; continua sem clube mas, a suposta rejeição retirou-lhe muitos apoiantes; além disso, para além de ser "caro", ninguém garante que a rejeição não se mantém...
- Nelo Vingada - é um treinador muito experiente com provas dadas nestas situações (aliás, neste clube...), mas também já mostrou não estar disponível para regressar a Coimbra; tem a simpatia de alguns adeptos e da própria Direcção; também é muito "caro"...
- Vítor Pereira - trata-se de um nome pronunciado "em surdina" entre uma facção de adeptos; é o adjunto de Villas-Boas no FCP e é visto como um "génio da táctica" por alguns "entendidos"; contudo, tem contrato com o FCP e é muito dúbia a sua vontade em assumir este projecto...
- Pedro Miguel - o actual treinador da Oliveirense tem provado ser competente ao orientar a grande surpresa da 2ª Liga; é jovem, é ambicioso e um simpatizante confesso do nosso clube; colhe a simpatia de um vasto grupo de adeptos, mas não a de JES (uma vez que não o considerou nem como 3ª hipótese na última escolha); o momento conturbado da nossa equipa e a pressão classificativa talvez peçam um treinador mais experiente; além disso, está vinculado àquele clube...
- Zé Nando - o seu amor incondicional ao clube torna-o uma potencial boa escolha; todavia, é ainda algo inexperiente para um período tão difícil...
- Pedro Roma - é um símbolo do clube; alguém que, sem sombra de dúvida, teria poderes para motivar os atletas a "dar um pouco mais" em todos os jogos; todavia, cremos não ter adquirido ainda as competências necessárias para dirigir a equipa (mas um dia gostava muito de o ver nesse cargo...).
- Manuel José - sabemos que muitos adeptos gostariam de o ver como treinador da Briosa por ser um treinador com provas dadas nos mais diversos contextos competitivos; além disso, a situação política conturbada que se vive actualmente no Médio-Oriente pode motivar a sua saída do clube que orienta; no entanto, já afirmou várias vezes que só regressaria ao banco de uma equipa portuguesa se esta fosse o SLB, o SCP ou o FCP; além disso, era absolutamente incomportável para os nossos cofres;
- Van Der Gaag - também foi hoje avançado pela imprensa desportiva como um dos preferidos de JES; sabemos que não recolhe grande simpatia dos nossos adeptos e não parece ter experiência necessária para uma situação como a que vivemos...
- Outros nomes avançados (sem grandes fundamentos, cremos): José Peseiro, Carlos Manuel, Oceano, Artur Jorge, Sá Pinto, Vítor Pontes, Norton de Matos...
E pronto, aqui fica uma súmula do que foi dito ao longo do dia de hoje. Como facilmente se percebe, muitos nomes são apenas fruto de imaginações bastante férteis e de jornalistas com um óptimo espírito inventivo... No entanto, como "não há fumo sem fogo", o nosso futuro treinador pode sair deste grupo de nomes...
Por mim, creio que devíamos optar por um treinador experiente, motivador, assertivo, disciplinador, competente a nível técnico-táctico e que não tenha problemas em fazer frente aos árbitros (sim, porque pouca gente fala disto, mas também temos sido constantemente prejudicados).
Posto isto, enquanto adeptos da Briosa, peço-vos que deixem nos "comentários" as vossas escolhas (até para facilitarmos o trabalho aos jornais dos próximos dias...).
Espero que a nossa Direcção nos dê uma amostra de competência e decida de forma célere e acertada...
Saudações Académicas,
Pedro Monteiro Almeida
Actualização de última hora: a edição de hoje do jornal "O Jogo" aponta Paulo Sousa como sendo o mais forte candidato ao lugar. Mera especulação, creio... De qualquer forma, do que conheço dele como treinador (costumo acompanhar as 3 primeiras ligas do futebol inglês), posso adiantar-vos que é um nome que me levanta muitas reticências: teve uma passagem pelo Queens Park Rangers, onde lhe foi dada um equipa para lutar por lugares cimeiros do Championship (2º escalão do futebol inglês), objectivo que não logrou alcançar; no ano seguinte, até fez um bom trabalho com o Swansea, tendo acabado em 7º; e, já nesta temporada, teve um falhanço rotundo no Leicester City, que apostou tudo na subida e andava em lugares de despromoção quando foi despedido, em Novembro (agora, a equipa é treinada por Ericsson e já está nos lugares de acesso aos playoffs - conta com 3 portugueses: o ex-guarda-redes da Selecção Ricardo, o central Miguel Vítor e o médio Moreno). Não sei se seria o "man for the job", mas quem sabe? Não pode ser pior do que a "amostra" que aqui tivemos nos últimos dois meses...
O "desce" da semana: "Académica: custa a acreditar"

"De sensação a equipa em sarilhos
A equipa de Coimbra não vence há oito partidas, em seis delas saiu mesmo derrotada. Quando Jorge Costa abandonou a actividade, o clube parecia estabilizado no meio da tabela. Hoje está em perigo, com apenas mais seis pontos do que a Naval, com quem perdeu na semana passada.
O despedimento de José Guilherme é a confissão de uma aposta de risco, num treinador sem grande experiência à frente de equipas de futebol. Em outros clubes este tipo de opção deu certo, com a Académica sucedeu exactamente o contrário.
Quem vier a seguir sabe que tudo vai jogar-se nas próximas três jornadas, antes de a Académica jogar com o F.C. Porto: vai a Guimarães e à Choupana e recebe a União de Leira. Não vencer nenhuma destas partidas será garantir um final de temporada de sofrimento. "
Do que precisamos agora é de alguém com conhecimentos técnico-tácticos adequados que saiba motivar os jogadores... De resto, basta esforço, empenho, dedicação e muito trabalho dos nossos jogadores (no fundo, brio...). Nós, como Académicos, só podemos apoiar ainda mais a equipa, com a paciência necessária para lhes transmitirmos a tranquilidade de que precisam para jogarem o que realmente sabem.
São eles, e apenas eles, quem pode dar a volta a esta situação.
Saudações Académicas,
Pedro Monteiro Almeida
20/02/11
"Les jeux sont faits"

Já se tinha tornado evidente, de há umas semanas para cá, que este caminho era o único susceptível de devolver à equipa o equilíbrio e a tranquilidade de que necessita urgentemente. Aliás, na nossa opinião, este "treinador" devia ter saído já na semana passada, quando fomos copiosamente cilindrados pelo último classificado... Era a forma de a Académica ter algumas hipóteses de iniciar a sua recuperação com um novo treinador num jogo mais teoricamente mais fácil como era o de hoje...
De qualquer forma, sem José Guilherme, a equipa elimina a parcela mais problemática da difícil equação em que, de repente, se transformou a manutenção (aliás, foi o próprio quem o reconheceu ainda hoje). E agora?
Pois bem, agora encontramo-nos no ponto mais crítico da temporada: ou cruzamos os braços e aceitamos com parcimónia o papel de "bombos da festa" que vestimos com o aquele "treinador" (e vamos direitinhos, sem espinhas, para a 2ª Liga...), ou unimo-nos e LUTAMOS...
"Les jeux sont faits"... Não há forma de apagar o que está feito.
Foi mau (muito mau mesmo...): jogámos muito mal, sofremos muitos golos, não corremos o suficiente, perdemos a cabeça várias vezes e conhecemos o amargo sabor da derrota vezes de mais. Mas o maior culpado já abandonou este barco que fica, desta forma, bem mais leve para escapar ao náufrago que já parecia iminente...
Agora, é tempo de escolher um treinador capaz a nível técnico-táctico, assertivo e motivador (no fundo, competente...). Basicamente, o que este não foi... Nesse sentido, precisamos também de uma demonstração clara de capacidade da nossa Direcção, uma vez que nesta fase não há margem para erros...
Ainda nada está perdido... Basta um treinador que devolva aos jogadores a capacidade de acreditarem neles próprios, a alegria de jogar futebol e a força para encararem cada desafio de frente, com os olhos nos 3 pontos. A nação Académica quer acreditar num futuro melhor para o clube do seu coração. E o futuro começa já amanhã...
Força rapazes! Eu ainda acredito!
Saudações Académicas,
Pedro Monteiro Almeida
P.S.: Ao Prof. José Guilherme cumpre dizer ainda que, apesar de sempre termos criticado neste espaço a sua (notória) inépcia como treinador, registamos a sua lisura e bom-senso ao apresentar a sua demissão, poupando alguns milhares de euros aos nossos (depauperados) cofres. Pelo menos, os danos à Briosa foram "apenas" desportivos, e não tanto financeiros... Neste espaço, desejamos-lhe ainda muito boa sorte para o seu futuro (que, na nossa sincera e humilde opinião, deverá cingir-se à docência).
VOLTA (PARA A TUA TERRA) QUE NÃO ESTÁS PERDOADO JOSÉ GUILHERME!


FAÇA O FAVOR

18/02/11
SERÁ DESTA?
