26/02/11

Vitória da União


Eis que Ulisses Morais veio trazer pragmatismo, eficácia e garra. Exactamente o que faltava. Isso e a estratégia que permitiu rentabilizar o gigantesco espírito de união e de vontade de vencer que a equipa demonstrou.

Não posso deixar de começar por realçar as palavras verdadeiramente briosas do novo treinador da Académica.


"Esta vitória só foi possível porque os jogadores conseguiram perceber que a atitude e o compromisso que estabelecemos seria o caminho para o sucesso. Entrámos envergonhados. Com tempo conseguimos controlar as emoções e ficámos mais seguros. Além do trabalho dos jogadores e da sua entrega, é importante dizer que este sucesso vem de trás."
"O mérito é dos jogadores e da forma como interpretaram o que falámos. Entrei ali para agradecer-lhes pela forma como me receberam. Sinto-me agradecido."

E também as palavras de Peiser. Sabem, começou por ser uma brincadeira entre amigos, mas cada vez me convenço mais de que este ENORME guarda-redes merecia uma estátua.
«Jogámos com muita raça e vontade. As coisas não saíram sempre bem, mas tivemos alguma sorte. O novo treinador não teve muito tempo para grandes mudanças, mas conseguiu fazer com que entrássemos bem para este jogo. Perder um jogo atrás do outro é complicado. Ele deu-nos confiança, disciplina e rigor. Estamos de parabéns porque todos fizemos muitos quilómetros. O que mais trabalhámos nos últimos dias foi a parte mental. Tacticamente não houve tempo para nada. Limpámos a cabeça, foi isso.»

Está em grande forma. Não pensa sair?


«Não sei. Eu gosto do futebol português. Estou feliz aqui. Tive possibilidades de sair a época passada, para ganhar um pouco mais dinheiro, mas decidi ficar num bom campeonato. Jogo com alegria, os estádios são bons e estou bem. Gosto daqui, se as pessoas gostarem de mim, melhor.» 

Quanto ao jogo, entrou mais forte o Guimarães. Os jogadores da preta mostravam-se um pouco receosos, pouco confiantes, o que os levou a perder algumas bolas.. 
No entanto, notava-se a capacidade da equipa em se ir libertando, trocando a bola como quem comunica entre si: «Vamos lá companheiros, é só querer e determinação e o resultado aparecerá, parecia dizer o jogo da Briosa»
E foi assim que em ataques rápidos, acima de tudo objectivos, que Diogo Valente colocou a bola para o veloz Sougou, por duas ocasiões
Na primeira, aos 8 minutos, Sougou falhou por pouquíssimo um cruzamento excelente.
Já aos 21m, livre com a bola a cair à frente da marca de grande penalidade, Sougou a encostar para as redes, mas o lance viria a ser anulado por fora-de-jogo. Decisão correcta.
De realçar a execução técnica de excelência de Diogo Valente, que só pecou pela sua ineficácia finalizadora, tendo sido bem substituído a meio da 2.ª parte.
Depois, embora as estatísticas ( n.º de ataques) e as crónicas jornalísticas possam enganar, tivemos ainda bastantes ocasiões de golo. Porque as outras, na nossa baliza, estavam destinadas às mãos do santíssimo Peiser.
Assim. há que relembrar o cabeceamento de Sougou ao 1.º poste, o remate pleno de intenção de Diogo   Gomes, o remate às redes laterais de Diogo Valente, em posição mais que privilegiada..
Bem vistas as coisas, a Briosa parecia ter descoberto novamente as maravilhas das transições defesa-ataque rapidíssimas, embora estes lances falhados me fizessem suspeitar do resultado - empate.
Mas eis que uma excelente assistência de Adrien, num passe em profundidade isola Éder. Este progride, não se atrapalha, vê o guarda-redes e coloca a bola junto ao poste mais distante (o direito). GOOOLLLLOOO! Querem ver que o Éder já marca para o campeonato?!! Fico sempre extremamente feliz quando marcamos, mas deixem-me confessar a alegria em estado puro quando vejo este rapaz a marcar. É que segura muitíssimo bem a bola, tem estatura física vantajosa, movimenta-se bem tacticamente. Só falta mesmo isto que fez hoje.
Depois, não sei se por efeito de Pape Sow (não sei mesmo, não é ironia), o Vitória assumiu o jogo. Fez remates muito perigosos e só o nosso Guarda-Redes, embuído de espírito de missão, segurou o resultado.
O Guimarães continuou depois igual a si próprio, e os árbitros também, já que Rui Miguel pontapeou deliberadamente Luiz Nunes quando este se encontrava estendido no chão. Nada lhe aconteceu.
Mas eis que aos 90' aconteceu novamente o fenómeno Laionel. Este jogador parece ter uma aptência especial para absorver o espírito da equipa, e a alegria transforma-se em lances como aquele aos 90 minutos. Divinal. Não há sensação melhor que ver um golo daqueles a matar um jogo.

Em suma, uma vitória extremamente moralizadora a dar a receita para a segunda-mão da Taça. Parabéns aos jogadores e ao treinador pela sua excelente estreia.
FORÇA BRIOSA!

3 comentários:

pmalmeyda disse...

Por falar em espírito de missão: notem que o grande mític0 vem mais cedo da festa de aniversário de um amigo para escrever qualquer coisa sobre esta noite épica...

Escrever com esta qualidade, vindo da noite, não é para todos;)...

A propósito, creio que o nosso amigo TF adorou a prenda de aniversário que os nossos jogadores lhe deram...

Amanhã tentarei deixar aqui umas linhas sobre o jogo de hoje. Para já, adianto que estou feliz, muito feliz com o que vi...

Saudações Académicas

pmalmeyda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
mitic0 disse...

É verdade. Responsabilidade, responsabilidades... :)