20/02/08

Pedrinho. A estreia de um Estudante

A Académica e a Universidade. Duas realidades indissociáveis mas que, nos últimos anos, têm vindo a enfraquecer a ligação secular, muito por força dos tempos modernos do futebol-indústria. Os jogadores do actual plantel do clube mais representativo de Coimbra que ainda detêm vinculo à instituição são já poucos, porém, como há sempre alguém que resiste, existe um pequeno conjunto de irredutíveis atletas (Pedro Roma, Nuno Piloto, Vítor Vinha, Pavlovic e, mais recentemente, Pedrinho), com frequência universitária, já com canudos ou caminho de conseguí-los.

Pedrinho é, ainda assim, o mais atrasado (também é o mais jovem) nesse percurso, pois ainda está no segundo ano da licenciatura em Educação Física, na Faculdade de Desporto do Porto - só pedirá transferência para Coimbra no próximo ano lectivo. Quando soube que deixaria o seu Varzim de sempre (nunca conhecera outro clube antes) para ingressar na Académica, pensou que chegara ao clube perfeito. Percebe-se porquê.

«Sendo estudante e ir para a Académica é, digamos, ouro sobre azul. A cereja no topo do bolo. Penso que me enquadro bem aqui. É um clube cheio de história e com muito adeptos. Isso fascina-me», confessa o lateral-direito ao Maisfutebol, deixando transparecer a sua preocupação pela formação: «Temos de ter os estudos cada vez mais em conta. A nossa profissão não dura para sempre e é preciso preparar o futuro. Ainda não pensei no que vou fazer quando deixar de jogar, apenas quis valorizar-me com um curso superior, numa área da qual gosto muito. Professor? Por que não? É uma das opções, vamos ver.»

Benfica apadrinhou estreia a lateral

Pedrinho é mais um daqueles exemplos pródigos no futebol português da adaptação de um extremo-direito a uma posição um pouco mais recuada. Contratado no último defeso, Pedrinho ficou no Varzim por empréstimo da Académica até Janeiro, quando Domingos Paciência decidiu que era necessário ao plantel da Briosa. Depois de mais de um mês de treinos e jogos amigáveis, chegou finalmente o momento de vestir a camisola preta no último domingo, em Paços de Ferreira, onde foi titular e com uma exibição meritória.

O «pequeno nervosismo», confessa, não foi mais do que o «normal» em qualquer jogo, e a forma desassombrada como fala da estreia tem a sua razão de ser. Afinal, fez parte daquele célebre onze que eliminou o Benfica de Fernando Santos da Taça de Portugal na última época. «Por acaso, foi o meu primeiro jogo na nova posição, uma aposta do mister Diamantino Miranda. Foi um teste de fogo. Nesse sim, o nervosismo de toda a equipa era muito [risos]», argumenta.

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