03/02/08

Académica-Marítimo, 1-0

O Marítimo hipotecou o quinto lugar neste domingo ao perder em Coimbra, onde sempre conseguira bons resultados nos últimos quatro anos. Desta vez, os insulares foram travados por um golo madrugador, obtido na sequência de dois erros fatais dos maritimistas. Edgar voltou a facturar e já começou a justificar o título de reforço.

Mês e meio depois da última vitória, na Figueira da Foz, a Académica regressou aos triunfos ao conseguir fazer aquilo que, na semana anterior, perante o Leiria, acabou por ser o seu maior pecado: o aproveitamento dos erros alheios. Aliás, já havia muito tempo que os estudantes, habituados sobretudo a queixar-se das próprias falhas, não festejavam à conta da ingenuidade ou desconcentração do adversário. Aconteceu neste domingo.

O início do jogo confunde-se, praticamente, com o golo da Briosa. Ediglê demorar na marcação de um livre, depois terá mandado alguma boca a Paulo Paraty e o portuense não foi de modos: castigou o Marítimo com um livre e mostrou o respectivo amarelo ao central Brasileiros. Começava aqui a derrocada insular.

Na cobrança da falta, Luís Aguiar tem um lance de craque, consegue ir à linha e cruzar, potenciando o segundo pecado dos «verde-rubros»: Marcos, o insuspeito guarda-redes maritimista deixa a bola escorregar (esteve a chover durante o jogo todo) por entre as mãos e deixou-a escapar para o lépido Edgar que só teve de encostar para o seu segundo golo ao serviço da Académica em outros tantos jogos.

O azar insular não se ficou, porém, por aqui, Pouco depois do golo, Fogaça lesionou-se e teve de sair para dar lugar ao recém-chegado Anderson Lima. De uma assentada, foram três contrariedades para Sebastião Lazaroni, que viu a equipa tentar reagir mas com demora. Primeiro, porque os comandados de Domingos Paciência mostraram-se certinhos nas marcações e colectivamente organizados - quando alguma coisa falhava lá estava Kaká para resolver - e, depois, porque os visitantes tardaram em adaptar-se à nova estrutura sem Fogaça e com um jogador em estreia, ainda cheio de vontade mas com pouco discernimento (Anderson Lima).

Marítimo acorda e Pedro Roma também
Os madeirenses conseguiram, ainda assim, encostar progressivamente a Académica à sua defesa, dando algum trabalho a Pedro Roma, sem, todavia, lograr uma daquelas oportunidades de golo dignas desse nome.

Na segunda parte, a qualidade de jogo baixou, devido ao estado do terreno, e só na parte final voltou a haver emoção a sério. O Marítimo apertou finalmente e a Académica respondeu à letra, acabando o jogo com uma ponta em jeito de parada e resposta. A contestação a Paulo Paraty também veio ao de cima, assim como a classe de Pedro Roma, com um par de defesas, que ajudaram a segurar a preciosa vantagem.

DESTAQUES:

Edgar
Quando chegou a Coimbra, disse que era capaz de marcar uns dez golos. Para já, leva dois em outros tantos jogos de losango ao peito o que quer dizer que tem mais 12 jogos para fazer os oito que lhe faltam. Estatísticas à parte, parece ter agarrado a titularidade, deixando bem claro por que razão Domingos Paciência tanto quis ir buscá-lo ao Porto.

Luís Aguiar
Causou alguma surpresa a sua presença no onze, já que ainda não tem os índices físicos ideais, mas cedo se percebeu como, enquanto tiver forças, pode ser o jogador que faltava nesta equipa para assumir as transições defesa/ataque. Com NDoye - o mais parecido que a Académica tinha até agora com um camisola 10 - ainda retido em África, este uruguaio viciado em chimarrão pode vir a tornar-se num caso sério. Para já, só leva duas assistências para golos em outros tantos jogos.

Pavlovic
Está a fazer uma grande época. Possante, vigoroso e agressivo até ao limite, limpou, sozinho, o meio-campo da Académica e mais parecia um gigante no meio dos brasileiros do Marítimo, todos eles de baixa estatura.

Pedro Roma
Numa altura em Domingos Paciência voltou a chamar Ricardo, para muitos o sucessor do veterano guardião, deu uma resposta à altura. Sem ter sido verdadeiramente posto à prova na primeira parte, guardou-se para os momentos de sufoco na parte final do desafio e foi decisivo a segurar a preciosa mas magra vantagem dos estudantes.

(mais futebol)

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