26/02/08

Académica-Boavista, 1-1

Académica e Boavista encerraram a 20ª jornada da Liga com um insuspeito empate, que elevou para nove o número de meses dos boavisteiros sem ganhar fora do Bessa. Apesar do tempo certo de gestação, ainda não foi desta que Jaime Pacheco viu a sua equipa dar à luz uma vitória, embora, neste caso, o empate tenha sido como que arrancado a ferros, tal a forma como os donos da casa assediaram a baliza de Peter Jehle nos momentos finais, provando à saciedade uma quase confrangedora incapacidade para marcar um golo, um golo que fosse.

Para a história fica o terceiro jogo consecutivo de ambas as equipas sem perder, numa confirmação de que a retoma chegou a Coimbra e ao Bessa, pelo que a ponta final de Campeonato para estudantes e boavisteiros parece esboçar-se em tons mais tranquilos e, quiçá, ambiciosos.

A Académica pareceu assumir o jogo com toada a tranquilidade. Tranquilidade a mais. Como que confiando que, mais cedo ou mais tarde, Edgar, Lito ou outro jogador haveria de desatar este nó chamado Boavista. Uma equipa que se enleia no adversário e quase o sufoca se este não souber movimentar-se o suficiente para fugir aos tentáculos do polvo axadrezado.

Aos portuenses, convinha na perfeição este jogo morno, quezilento, e amorfo, ao que os estudantes demoraram a reagir e, ainda assim, escolhendo as piores formas, quase sempre num jogo directo para Edgar. As melhores oportunidades, poucas, diga-se, pertenceram efectivamente aos donos da casa, mas o empate ao intervalo aceitava-se como castigo para aquilo que ambas as equipas não quiseram ou não foram capazes de fazer.

A saída de Pavlovic - novamente lesionado frente ao Boavista depois da mazela que sofreu no ano passado precisamente frente ao mesmo adversário e o obrigou a termina a época precisamente no final de Fevereiro - pareceu desequilibrar o onze de Domingos, que tirou surpreendentemente de campo Ivanildo, um dos melhores até então, para apostar na irrequietude de Miguel Pedro. Do outro lado, Pacheco respondeu com Zé Kalanga e tudo ficou mais ou menos na mesma em termos tácticos.

Kaká e Orlando: heróis e vilões

A Académica voltou a pegar no jogo e justificou a vantagem, quando num lance entre os seus centrais, Orlando deu para Kaká fazer um vistoso chapéu a Peter Jehle. Se, nesse lance, a dupla do eixo da defesa da casa esteve particularmente inspirada, bastaram dois minutos apenas para a mesma parelha voltar a estar em evidência - pelos piores motivos. Para não variar, a defesa académica ficou a ver navios quando Mateus, quase sem saltar, se meteu entre duas torres de mais de um metro e oitenta, repondo o empate.

Os golos tiveram, pelo menos, o condão de animar a partida. A Briosa, como não podia deixar de ser, aumentou a pressão no último quarto-de-hora, mas a intranquilidade (crónica?) da sua defesa perante a mobilidade do ataque axadrezado (Mateus, Kalanga e Hussaine) permitia manter o resultado em dúvida.

Primeiro através dos cruzamentos de Vítor Vinha, depois pelo pé, mal calibrado, de Nuno Piloto, os estudantes foram cheirando o golo e irritando os adeptos locais, tal a cadência de cruzamentos para a área boavisteira, sem que alguém conseguisse atinar com a baliza de Peter Jehle.

(maisfutebol)

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