21/01/11

O Discurso do Método


Declaração de interesses: como já manifestei anteriormente, sou frontalmente contra esta política de contratação de treinadores, cujo único cartão de visita é terem treinado as camadas jovens dos estarolas azuis.

Conforme enunciei também anteriormente existem treinadores nacionais, com qualidade para treinar a nossa briosa e que não foram ( quanto a mim erradamente) escolhidos ao longo destas últimas épocas. Falo de Leonardo Jardim, Rui Vitória, Daúto Faquirá e de Pedro Miguel por exemplo.

No entanto, não tendo sido essa o política seguida cumpre a todos agora apoiar José Guilherme, não sendo eu excepção. Mais do que criticar nesta altura é necessário perceber qual será o valor acrescentado do referido treinador.

Nesse sentido o jogo com os estarolas vermelhos deu boas indicações da forma como tenciona colocar a equipa a jogar. Posse de bola, bloco bem fechado nas perdas de bola e rápidos contra-ataques privilegiando a alas.

Contudo penso que foi na antevisão do jogo com o Olhanense que José Guilherme, até hoje mais pontos marcou. Demonstrou um discurso forte e ambicioso que, se se reflectir em campo, poderá tornar a nossa Briosa numa equipa ainda mais interessante. Veremos o que amanhã se passará em campo.

Transcrevo agora aqui a referida conferência de imprensa:

O O treinador da Académica, José Guilherme, fez no final do treino desta quinta-feira a antevisão da partida frente ao Olhanense, que está agendada para sábado, pelas 16:00, no Estádio José Arcanjo, no Algarve.

Numa conferência que teve lugar na sala de imprensa da Academia Dolce Vita, o técnico da Briosa alertou para os perigos do Olhanense mas fez questão de lembrar que o que interessa é a Académica, que se manterá “fiel aos seus princípios”.treinador da Académica, José Guilherme, fez no final do treino desta quinta-feira a antevisão da partida frente ao Olhanense, que está agendada para sábado, pelas 16:00, no Estádio José Arcanjo, no Algarve.

Numa conferência que teve lugar na sala de imprensa da Academia Dolce Vita, o técnico da Briosa alertou para os perigos do Olhanense mas fez questão de lembrar que o que interessa é a Académica, que se manterá “fiel aos seus princípios”.

O mais importante é a Académica. Podemos mudar algumas coisas mas seremos fiéis aos nossos princípios. O Olhanense é uma equipa muito bem organizada, paciente e experiente e que nos vai criar dificuldades. Mas estamos avisados dos problemas e queremos ultrapassar tudo isso para conseguir vencer. A Académica entra em todos os jogos para ganhar. Temos de ver as características das equipas adversárias e jogar um pouco com isso, aproveitando aquilo que fazemos bem.”, começou por dizer.

Face às lesões e castigos com que neste momento o plantel da Académica se debate, o treinador da Briosa terá forçosamente de fazer algumas alterações e uma delas será no lado esquerdo da defesa, com David Addy a surgir como candidato número 1 a substituir o castigado Hélder Cabral.

“O David Addy está um jogador mais maduro, com muita qualidade e que vai dar muitas alegrias à Académica. Os jovens têm sempre uma irreverência especial e perante algumas exigências essa irreverência pode ser negativa. Houve falta de experiência por parte dele nas primeiras jornadas mas neste momento está estabilizado emocionalmente.”, adiantou.

Da defesa para o meio campo, surge o renascimento de Amaury Bischoff como tema de conversa na conferência de imprensa de José Guilherme. O treinador comentou as declarações do jogador na véspera e deixou elogios ao 10 da Briosa.

“Foi simpático… Ouvir os elogios dele foi positivo porque é um reconhecimento da qualidade do trabalho que estamos a realizar. Mas se tiverem atentos não foi só o Bischoff que teve mais oportunidades. O Habib também e o Diogo Gomes… Sou um treinador que gosta que as equipas tenham bola e gosto das qualidades técnicas. O Bischoff tem revelado uma grande evolução, tem qualidade técnica e está a cumprir com alguns aspectos tanto ofensivos como defensivos. Se continuar assim, é uma óptima solução para a Académica.”, frisou.

E por falar em novidades, Adrien treinou hoje pela primeira vez pela equipa principal da Académica e José Guilherme teve esta manhã a oportunidade para comentar a chegada do novo reforço dos “estudantes”.

“Já conheço o Adrien desde a formação. Sempre o achei um óptimo jogador e depois de termos feito algumas análises sentimos que precisávamos de um médio que fizesse a posição 6 e 8 e considerámos que o Adrien era uma óptima alternativa. Vai-nos ajudar a alcançar os objectivos que desejamos.”, disse.

José Guilherme: “O dia não do Benfica foi imposto por nós”

O jogo com o Benfica mereceu também comentários por parte de José Guilherme. Para o treinador da Académica as análises que se fizeram ao jogo foram injustas para a Briosa e o técnico dos “estudantes” explica porquê, deixando no ar as suas ideias para o futuro do clube de Coimbra.

“A nível de organização, contra o Benfica, é aquilo que quero em todos os jogos. As pessoas valorizaram muito a prestação menos boa do Benfica e não valorizaram a boa exibição da Académica. O dia não do Benfica foi imposto por nós, porque jogámos bem. Formar uma equipa não é um caminho fácil e demora o seu tempo. O que pretendo é um futebol ofensivo, circulado, que procura constantemente o golo e maximizar as características dos jogadores.”, sustentou.

Finalmente, e para terminar, José Guilherme disse ainda que está “atento” ao que se passa no clube satélite, o Tourizense e lembrou, relativamente ao jogo da Taça de Portugal, frente ao Vit. Setúbal, que “o caminho faz-se andando”, ou seja, cada coisa a seu tempo...


TF

7 comentários:

Anónimo disse...

Eu também gostava de ver o pedro ilharco julgo que vai ser um grande treinador de futuro e ama a briosa, consegue com nada fazer sonhar uma equipa, se fosse em paços não tinham problemas em apostar.
É o que temos e acho que amanhã vai ser o jogo de fogo, temos a obrigação de ganhar, mesmo com equipa mais desfeita, temos que ir a jogo sempre para ganhar se queremos ser maiores temos que mudar a forma de ver os adversários sem deixar de ser humildes.

mitic0 disse...

Dando aqui mais uma achega, acho o trabalho de Pedro Miguel, treinador da Oliveirense, simplesmente fenomenal.

é o que se chama fazer omeletes sem ovos!

Agora, posso partilhar uma minha convicção:

Acho que o José Guilherme nos vai trazer muitas alegrias. Só não aposto, porque não sei que direcção virá a seguir.

Por enquanto, só por continuar a apostar no Grilo e no Sissoko, já merece "um ponto extra".

Força Briosa, amanhã venha de lá uma vitória.

Gonçalo Cabral disse...

Caro amigo

Entendo que a blogosfera deve ser o mais aberta possível e por isso aqui venho eu dar uma achega à conversa.

A minha única pergunta é: porquê ser contra uma coisa que de facto é verdade(os treinadores terem um passado no Porto) mas que pode ser uma coincidência e os resultados têm sido imensamente positivos?

Um abraço

mitic0 disse...

Gonçalo,

Esteja à vontade para vir aqui comentar. Também já deve ter reparado que não me coíbo de comentar no simplesmente briosa.

um abraço

(a resposta fica para o autor do post)

Pedro Santos disse...

Peço desculpa mas penso que o cartão de visita de José Guilherme não é ter "treinado as camadas jovens dos estarolas azuis", mas sim ser professor universitário e ter formado muitos treinadores, entre eles um dos adjuntos que veio encontrar agora na Briosa. José Guilherme, aliás o Professor José Guilherme (não percebo porque é que a comunicação social não o trata por professor, deve ser um termo reservado para o Neca) tem o perfil ideal para treinar a Briosa. Só espero que tenha sorte. As primeiras impressões são positivas, a equipa está a jogar um futebol agradável e "à Académica".

pmalmeyda disse...

Para mim, o facto de todos terem passado pelo FCP também é uma simples coincidência... Creio que a questão terá sobretudo de colocar-se em relação à sua competência: ou é, ou não é... Confesso que o que vi no jogo contra o SLB me deixou entusiasmado. Hoje há mais um prova de fogo.

Força rapazes!

Saudações Académicas

Tiago Fernandes disse...

Como autor do post permitam-me antes de responder às questões colocadas, agradecer a vossa presença e participação. É desta dialéctica que a nossa Briosa precisa.

A resposta é simples e nem quero falar muito do caso do Pedro Miguel que, academista como é, deveria ser uma aposta séria.

Quanto a mim, as políticas não se medem só por resultados na tabela classificativa, medem-se por questões bem mais profundas...

A saber, quantos jogadores rentabilizou a Briosa nestes últimos anos? Quantos jogadores juniores foram efectivamente aproveitados? E dos clubes satélite?

Mais, qual é o estilo de jogo da Briosa? um estilo que os juniores conheça e pratiquem por forma a que quando forem chamados não estranhem...

São estas filosofias que, na minha modesta opinião devem nortear a nossa avaliação dos mais variados treinadores.

Quanto a mim opto por um formador de homens, jovem e com uma ambição do tamanho do mundo. De preferência com vontade de fazer uma carreira de 2 a 3 anos no nosso clube.

Saudações académicas