17/12/07

análise d´O JOGO


Há algum tempo que a Académica é uma perigosa máquina trituradora para os treinadores. Não interessa se são bons ou maus, se costumam (ou não) andar actualizados em relação ao último grito da moda em questões tácticas. A verdade, pura e dura, é que comandar a Briosa tem sido uma verdadeira prova de sobrevivência e Manuel Machado, actualmente num Braga em franca retoma, foi a última vítima. Quase ninguém tem escapatória. Para não variar, o seu sucessor Domingos Paciência, que até se estreou com uma vitória, não tem tido vida fácil. É certo que já lá mora há dez jornadas, mas a "paciência" dos adeptos começava a esgotar-se, pois a Académica já não ganhava há três meses - o equivalente a oito jogos. Por tudo isto, só uma vitória sobre o Nacional poderia salvar a honra do actual técnico e, para entusiasmo geral, os "capas negras" lá acabaram por levantar a crista com um golo providencial, obtido já na ponta final.

Numa tarde pouco favorável - Leixões e Boavista também venceram -, a Académica colocou um ponto final na crise e lá fugiu ao fosso onde caíram o Paços de Ferreira e Leiria, mas quase entrou em desespero tal era a eficácia defensiva do Nacional. Com apenas 11 golos sofridos, a equipa visitante apresentou-se em Coimbra entre as cinco melhores defesas do campeonato e fez por conservar o estatuto, tornando-se num verdadeiro quebra-cabeças para o 4x4x2 em losango dos visitados. Nem a mobilidade da dupla Hélder Barbosa e Lito funcionava como "criptonite" para a super-organização do Nacional, distribuído em campo também em 4x4x2, embora envolvendo dois médios-defensivos (Cléver e Ávalos). Por entre sustos pontuais, quase sempre em contra-ataques, Domingos resolveu então rever a estratégia e acabou por redimensionar a equipa em 4x3x3, pois era clara a falta de um homem de área. Com a entrada de Joeano, a defesa do Nacional passou a ter menos tempo para respirar e Cris acabou por lançar a pedrada desejada num charco… cada vez mais gélido.

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