11/11/07

V. Setúbal-Académica, 3-1 (crónica) pelo mais futebol

Sensação só para os menos atentos. Este Vitória esbanja tranquilidade assente numa equipa muito bem organizada que entra em campo com tarefas bem definidas e que completou este domingo um terço do campeonato (10 jogos) sem uma única derrota. Foram precisos apenas dois minutos para a equipa de Carlos Carvalhal derrubar a Académica (3-1) no Bonfim e juntar-se ao Sporting, que hoje joga em Braga, no quarto lugar da Bwin Liga.

Domingos Paciência ainda tentou colocar um travão na facilidade de processos do Vitória, com Pavlovic entre duas linhas de quatro jogadores, procurando ganhar vantagem numérica no meio-campo, mas o Vitória adaptou-se num ápice ao congestionamento central, fazendo escoar o seu jogo ofensivo para as alas, com Leandro e Matheus bem abertos nos flancos e Cláudio Pitbull solto no terreno, sempre perto da bola. A estrutura dos estudantes abanou e, em dois minutos, ruiu, curiosamente pela zona central. Um passe magistral de Ricardo Chaves, soltou Matheus pelo meio, apanhando a defesa da Académica em contra-pé, e o brasileiro atirou para o seu quinto golo na Liga.

A Académica tentou reagir de imediato e sofreu novo golo no lance seguinte. Ricardo Chaves, mais uma vez, com um passe em profundidade lançou Elias pela direita e o médio, com tranquilidade e sem oposição, cortou caminho para a área e atirou a contar perante a saída de Pedro Roma. Tudo demasiado fácil. O Vitória adaptou-se ao novo cenário, recuando no terreno e trocando a bola no seu meio-campo, protegido pela sombra. Matheus, sobre a esquerda, onde o sol ainda batia com intensidade, bem pediu a bola, mas os seus companheiros preferiram resguardá-la até ao intervalo. A Académica criou apenas uma oportunidade para reduzir, num desvio de cabeça de Joeano na sequência de um livre de NDoye.

Domingos Paciência não esperou mais e reconstruiu a sua equipa num 4x3x3 claramente mais ofensivo com as entradas de Fofana e Hélder Barbosa para os extremos, com Lito a assumir a zona central. Carlos Carvalhal refrescou o ataque, trocando Leandro por Bruno Gama, mas o Vitória continuou a jogar na gestão do resultado, trocando a bola sem grandes propósitos ofensivos e acabou por pagar por isso. Num passe inofensivo de NDoye, Eduardo saiu ao encontro da bola, Fofana também tentou a ganhá-la, mas sem que nehum deles chegasse a tocar-lhe, a bola seguiu, devagar, devagarinho, a caminho das redes.. Um silêncio profundo percorreu as bancadas do Bonfim.

No entanto, foram precisos outros dois minutos para a euforia voltar a imperar entre os adeptos sadinos. Orlando viu um segundo amarelo por falta sobre Matheus e fragilizou a sua equipa e, na sequência do livre, marcado por Pitbull, NDoye levou a mão à bola e ofereceu uma grande penalidade que o próprio Pitbull se encarregou de transformar em golo. O Vitória, em vantagem numérica e no marcador, voltava a jogar com tranquilidade e a mandar no jogo, assegurando a quarta vitória, com mais três golos marcados, que lhe permite igualar o Sporting no quarto lugar com o estatuto de invencível intacto.

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