Jogo de apresentação bastante agradável.
Cheguei a temer na primeira meia hora do jogo que a equipa não se libertasse, limitando-se à potência física de Abdoulaye, Habib e Éder, e à estratégia do pontapé para a frente.
O Feirense marcou primeiro, num grande remate de Rabiola. Aliás, Rabiola e André Fontes foram dos melhores da equipa recém-promovida à primeira liga, que me chegou a surpreender pelos pormenores técnicos de alguns jogadores do seu meio-campo.
No entanto, alguns minutos passados, começou a surgir Adrien. Com a sua velocidade (sim, é verdade), passes curtos, e grande vontade de partir "para cima" da defesa feirense, desequilibrou claramente a partida.
Mas foi no entanto através de um livre ensaiado, descaído para a esquerda, que marcou um bom golo. 1-1.
A partir daí, o jogo mudou completamente. Habib começou a libertar mais rapidamente a bola, fazendo excelentes variações de flanco, Rui Miguel imprimiu excelente dinâmica a extremo esquerdo, com boa técnica e a visar a baliza, e a Éder começaram-lhe a sair bem as tabelas.
Foi através de uma empolgante troca de bola, com elevada velocidade no desdobramento (imprimida decisivamente por Marinho, até aí muito pouco em jogo), que Éder em posição descaída marcou o 2-1. Bom golo.
Já na segunda parte, com boa parte da equipa mudada (entraram pelo menos Ricardo, João Real, Flávio, Diogo Valente, Hugo Morais, Sissoko), a equipa mudou.. para melhor.
Sissoko entrou muitíssimo bem, no seu estilo muito cararacterístico, de velocidade, técnica apurada, irreverência, e até rasgos de objectividade. Mais tarde ficou bem mais discreto, mas foi bem a tempo de com a sua intervenção "provocar" um auto-golo, elevando para 3 os golos da Briosa.
Empolgava ver a preta a jogar. Diogo Valente e Hugo Morais, muito bem rotinados, iam fazendo mossa, e até Flávio mostrava pormenores que faziam falar a massa adepta.
Entretanto foi a vez de entrar Fábio Luís para a posição de Éder. Houve quem não gostasse em meu redor, mas achei que a sua exibição foi bem interessante. Muita capacidade de choque, a descer muito para vir buscar jogo e a fazer incessantemente pressão na 1.ª fase de construção do jogo do adversário, e acima de tudo, a ser tremendamente eficaz, ao corresponder a um excelente cruzamento de Diogo Valente com um cabeceamento ao primeiro poste, para baixo, fazendo o 4-1. Gostei. Claro que a sua exibição foi decrescendo de qualidade, mas é perfeitamente normal, tendo em conta que vem de uma realidade competitiva totalmente diferente.
Até ao final o jogo manteve-se numa toada morna mas interessante. Confesso que me foquei algo em ver Nivaldo a jogar. Algo receoso, muitas vezes a sua opção de passe limitava-se a ser passar atrás, para o central mais próximo (Abdoulaye). Mas mais uma vez compreende-se.
Parece ter bom jogo aéreo (e boa técnica de cabeceamento), de ser temeroso na busca da bola, mas também me pareceu algo macio e desconcentrado a tapar a sua posição.. A rever.
Jerry, Ouattara e Fábio Santos também entraram mas pouco deu para ver.
Só houve depois tempo para o segundo do Feirense numa falha de marcação no interior da nossa área e pouco mais.
+ Adrien e Rui Miguel (grande surpresa! não ponho também o Éder porque falhou um golo feito)
- João Dias (muito verde..), Hélder Cabral e Júlio César (não se viu)
+ Diogo Valente, Hugo Morais, Sissoko (volto a dizer que tem um potencial enorme).